Todos os anos, no dia de finados, levamos as crianças até algum cemitério, e juntos, em família, conversamos sobre a vida e a morte. No dia de hoje não foi diferente. Lembramos dos nossos antepassados, conversamos sobre a importância de preservar o legado que estes que vieram antes de nós deixaram, e acima de tudo, colocamos o projeto educativo em perspectiva. Qual perspectiva? A perspectiva da morte.

Com frequência nosso mundo esconde de suas crianças que essa vida que hoje gozamos um dia acaba. Muitos, com medo de que elas não assimilem essa realidade inescapável da constituição da vida, acabam criando em volta desse tema um mundo de faz de conta aonde o sofrimento, a dor, a morte simplesmente não existem. E então quando o momento de enfrentar com fortaleza as contrariedades desta vida (um machucado mais grave, uma doença séria, a morte de um parente, ou mesma a nossa) pouco ou nada se sabe sobre tais assuntos.

Se não recordamos com certa frequência que essa vida é finita, podemos acabar perdendo o foco, dando atenção para o efêmero e esquecendo o que nós é essêncial. E o que nos é essêncial? Aquilo que nos dirige para o nosso fim último. Um projeto pedagógico que não leva em conta o fim último da pessoa está mirando para o lugar errado.

De certa forma, uma boa educação é aquela que não apenas prepara a nova geração para a vida adulta, mas também para o momento da morte – que aliás, pode chegar a qualquer instante. Pensamos que se nossos filhos não levassem uma vida orientada para as virtudes, para o engrandecimento ético, para uma coerência com os valores, para a amizade com Deus, estaríamos perdendo tempo, criando técnicos materialistas e eventualmente, desesperados quando seu último suspiro chegasse.

Quando meditamos sobre a morte, é a vida quem acaba ganhando um novo colorido e um novo sentido. Como diria São Francisco, a morte é nossa “irmã”, irmã que nos levará ao encontro do Sumo Bem, da Alegria Infinita, da vida eterna com nosso Pai Deus. Não devemos ter medo da morte, antes, aprender com ela a arte de viver para aquilo que vale a pena e que nunca perecerá, o amor.

E você, conversa sobre a morte com seus filhos?

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