Você fortalece ou enfraquece a capacidade de atenção e concentração dos seus filhos?

Quando você dá um livro ao seu filho, quando você convida para uma conversa, quando brinca de jogo da velha, quando aprecia com ele uma flor ou observa as formas de uma pedra, você conduz a atenção do seu filho para um exercício de concentração. São ocasiões em que ele vai precisar se esforçar mentalmente para se manter focado e realizar essas atividades.

Agora, quando você dá uma tela para fazê-lo ficar quieto para assim terminar a comida, para fazê-lo trocar de roupa, ou enquanto espera a vez na fila do pediatra ou faz um trajeto de carro, você conduz a atenção do seu filho para um recurso que sequestra a sua concentração e torna sua mente cada vez mais distraída e desatenta.

Nesses casos, não é a mente do seu filho que se esforça para se concentrar, mas sim a tela, que faz todo o trabalho por meio do recurso audiovisual. E se isso vira um hábito, irá aos poucos prejudicar sua capacidade de autocontrole, de ser paciente e de focar sua atenção. No longo prazo as consequências podem ser graves.

Muitos pais reclamam que os filhos não gostam de ler. Talvez você não saiba, mas o motivo pode ser justamente o acesso às telas. Por exemplo: Você sabia que jogos de videogame transmitem suas cenas em uma velocidade de 60 quadros por segundo? Isso significa que em apenas 1 segundo o cérebro do seu filho está processando 60 imagens diferentes. Serão 3600 imagens diferentes processadas em 1 minuto. E tudo sem esforço nenhum.

Não é a toa que nossos filhos tenham tédio ao ler. Ao contrário das telas, um livro exige muita atenção e concentração. E perto das telas, os livros são sempre visualmente muito monótonos e previsíveis. Se você quer que seu filho leia mais, precisa diminuir o acesso à concorrência da atenção dele.

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