Nem gênios, nem burros.
Nem gênios, nem burros.
Um dos grandes obstáculos para alguns pais decidirem pelo homeschooling é nutrir expectativas em termos absolutos.
Do tipo: ou vai dar tudo certo e meus filhos serão gênios ou vai dar tudo errado e meus filhos serão as pessoas mais burras e atrasadas do planeta.
Nem uma coisa nem outra. Para a maioria das pessoas o homeschooling será uma fase, uma etapa, com grandes ganhos mas também com perdas, como seria também com outras escolhas. Isso não quer dizer que tanto faz, que todas as escolhas são iguais. Não. Significa que não temos tudo sob controle, que mesmo as decisões mais prudentes e acertadas carregam consigo sua dose de risco e de incerteza. Uma decisão prudente e sábia é conforme à natureza humana, deixa seu rastro de paz e serenidade mas não é imune de fracassos. Aqui não é o paraíso, vivemos na contingência, na incerteza, na vulnerabilidade. Tudo tem seu custo.
Como pais, adultos, vivemos o bastante para entender essa natureza dinâmica da vida. Basta olhar para trás: aquele sonho tão sonhado e que depois se mostrou tão fútil; aquela derrota tão humilhante e dolorosa mas que depois se mostrou tão cheia de lições! Só o teste da realidade para nos mostrar o tamanho das nossas ilusões.
Sim, precisamos tomar decisões racionais, com o máximo de prudência, buscando retificar nossas intenções, com os melhores meios e em busca dos melhores fins. Só assim seremos capazes de nos realizar como pessoas, que não são determinadas pelos seus impulsos ou instintos. Mas sempre com realismo, sem idealizações e sem sonhos ou medos absolutos que no final das contas não passam de ilusões.